A CHINA NA GEOPOLÍTICA DAS VACINAS: A DISTRIBUIÇÃO DE IMUNIZANTES PARA A ÁFRICA À LUZ DA TEORIA DA DEPENDÊNCIA

Resumo

A presente pesquisa, à luz das análises dos teóricos marxistas da dependência, tem como objetivo investigar se a concentração da produção e distribuição de vacinas pela China está contribuindo para a perpetuação do modelo de exploração capitalista, especialmente quando examinamos as doações para a África. Diante da crise global de saúde provocada pela pandemia de Covid-19, a China se viu obrigada a adotar medidas para conter a disseminação do vírus e reparar os danos à sua reputação internacional. Nesse contexto, os chineses se destacaram ao produzir e distribuir vacinas como parte de sua estratégia para enfrentar esses desafios. No entanto, rapidamente essas vacinas se transformaram em mais uma ferramenta na luta pelo poder e influência a nível global, reforçando a interdependência entre nações ricas e pobres. Conclui-se que, embora a política de fornecer vacinas gratuitamente tenha favorecido o aumento da influência internacional do país, as doações de vacinas chinesas representaram uma fração pequena do volume total de doses exportadas pela China. Isso sugere que a "diplomacia da vacina" pode ser vista como uma estratégia de abordagem inicial que criava as condições para a oferta de imunizantes a baixo custo e com pouca resistência, reforçando, assim, um padrão de exploração.