A CULTURA COMO HORIZONTE PARA UMA INTEGRAÇÃO REGIONAL CONTRA-HEGEMÔNICA: propostas para o Mercosul cultural no contexto da nova onda rosa
DOI:
https://doi.org/10.62507/a21.v21i2.455Palavras-chave:
Mercosul Cultural, Diplomacia cultural, Cooperação cultural, Integração Regional contra-hegemônica, Políticas CulturaisResumo
A partir do novo giro político que marca o cenário latino-americano desde 2018, consolida-se a expectativa de uma retomada dos projetos de integração regional que marcaram a chamada onda rosa (2003-2015). Durante este ciclo, o Mercosul Cultural logrou distanciar-se do caráter protocolar que caracterizava seus encontros para se constituir como espaço privilegiado de cooperação cultural regional. Neste sentido, a partir da análise dos avanços, limites e contradições dos projetos adotados durante aquele período, o trabalho tem como objetivo refletir sobre as agendas e estratégias prioritárias para o Mercosul Cultural neste momento em que o cenário político regional se caracteriza pela conformação do que tem sido denominada uma nova onda rosa latino-americana. Considerando a cultura como espaço privilegiado para imaginar alternativas ao desenvolvimento, às culturas políticas hegemônicas e às formas de inserção da América Latina no mundo, e com o objetivo de contribuir para os debates sobre os desafios a serem enfrentados no contexto desta segunda onda rosa, propõe-se três eixos estratégicos para a atuação para a Reunião de Ministros da Cultura (RMC). A partir da reflexão sobre a relação entre direitos culturais e a concepção de desenvolvimento vigente na integração regional, entende-se que o Mercosul Cultural tem potencial para articular uma diplomacia cultural regional que contribua para uma inserção autônoma e contra-hegemônica da região no sistema internacional.
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