RECONSTRUÇÃO DO BELO NO DIGITAL: As Nuances e Impactos do Reflexo Idealizado
DOI:
https://doi.org/10.62507/a21.v18i1.429Palavras-chave:
Midiatização, Autoestima, Psicologia ComportamentalResumo
Da Grécia Antiga aos dias de hoje, a beleza é um tema recorrente e em constante mutação. Os meios de comunicação social polarizam as atribuições que demonstram o que deve ser considerado como relevante em relação a padrões de beleza. Ao olhar a tela, o indivíduo se depara com imposições e ilusões em torno da perfeição: a valorização do corpo esteticamente moldado pelo coletivo e a perda de valor singular. Ao não se enxergar no outro, força-se a concepção de tornar-se igual, a todo custo, nem que seja através de recursos digitais, que modificam a imagem para alcançar um padrão de beleza inatingível estabelecido nas redes sociais. A partir de tal cenário, este artigo objetiva analisar o quanto a midiatização pode impactar a autoimagem e a busca pela beleza entre jovens de 13 a 25 anos, buscando relacionar o crescimento de cirurgias e procedimentos estéticos feitos pela geração Z no Brasil, utilizando o Instagram como ferramenta de pesquisa. Embasada por estudos no campo da psicologia comportamental que sinalizam sintomas de insatisfação e distúrbios da autoimagem e o papel desempenhado pela influência cultural e digital em tais sintomas, e tomando por base os estímulos digitais, esta pesquisa busca comprovar que a mídia tem grande influência na mudança da forma como as pessoas se identificam com o próprio corpo e como o Instagram se tornou a principal fonte de influência de mídia para estes jovens. A pesquisa busca mapear como essa geração tem se comportado nas redes, que recursos de manipulação de imagem utiliza, como lida com as críticas e como a frequência de acesso contribui para o desenvolvimento de comportamentos não saudáveis, tanto no aspecto psicológico quanto no físico. O transtorno dismórfico corporal é, em síntese, o resultado da busca incessante pela autoestima e da consequente obsessão em se reconhecer de uma forma adequada, bela e que engaje as redes sociais. O intuito desta pesquisa, portanto, é alertar como as mídias sociais possuem impacto na saúde psicológica dos jovens e adolescentes da geração Z.
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