AS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO EDIFÍCIO VILANOVA ARTIGAS (1969), SEDE DA FAU-USP, UM ÍCONE DA ARQUITETURA MODERNISTA EM SÃO PAULO: PESQUISA DE CAMPO E A PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS

Autores

  • Joana Gonçalves Architectural Association School of Architecture (United Kingdom)
  • Roberta Consentino Kronka Mülfarth Universidade de São Paulo
  • Ranny Loureiro Xavier Nascimento Michalski Universidade de São Paulo
  • Alessandra Rodrigues Prata Shimomura Universidade de São Paulo
  • Cristiane Mitiko Sato Furuyama Universidade de São Paulo
  • Johnny Klemke Costa Pinho HDR Inc.
  • Eduardo Gasparelo Lima Universidade de São Paulo
  • Claudia Ferrara Carunchio Universidade de São Paulo
  • Sylvia Tavares Segovia Universidade de São Paulo
  • Karen Daiane dos Santos Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.62507/a21.v14i1.149

Palavras-chave:

Arquitetura Modernista, Claraboias, Condições Ambientais, Percepção de Conforto, Pesquisa de Campo

Resumo

O icônico edifício Vilanova Artigas (1969), sede da FAUUSP na Cidade Universitária da Universidade de São Paulo, é um marco da arquitetura paulista, configurado por uma caixa de concreto e uma cobertura de claraboias que valoriza a luz natural ao mesmo tempo em que levanta questões sobre o conforto ambiental, por consequência da exposição à radiação solar. Quase 50 anos após a construção do edifício, as claraboias originais de fibra de vidro foram trocadas por outras de acrílico de aspecto leitoso, na reforma da cobertura de 2014. Nesse contexto, este trabalho traz uma discussão sobre a adequação ambiental de tal edifício e sua relação com a percepção de conforto dos usuários, após a referida reforma. Para isso, são apresentados resultados de medições térmicas, luminosas e acústicas, que se somam à pesquisa de campo junto aos usuários por meio de questionários, com foco nos espaços de estúdios e de salas de aula. Dessa forma, são também examinadas as melhorias ambientais promovidas pela reforma. A pesquisa confirmou as hipóteses de desempenho ambiental que direcionaram o projeto da reforma, de que a cobertura com novas claraboias cria um ambiente luminoso homogêneo de luz zenital difusa e temperaturas do ar mais amenas no período quente, porém ainda com impacto no conforto térmico nos horários mais críticos do ano. Quanto à acústica, viu-se como a concepção de ambientes semiabertos debaixo da cobertura incorre na propagação sonora no interior do edifício. Para os usuários, a satisfação com o ambiente luminoso supera a percepção mais problemática com as condições de térmica e acústica que acontecem em determinados momentos, resultando em uma boa satisfação geral com o edifício.

Biografia do Autor

Johnny Klemke Costa Pinho, HDR Inc.

HDR Inc., New York City, NY (USA)

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Publicado

27-01-2020

Como Citar

Gonçalves, J., Mülfarth, R. C. K., Michalski, R. L. X. N., Shimomura, A. R. P., Furuyama, C. M. S., Pinho, J. K. C., Lima, E. G., Carunchio, C. F., Segovia, S. T., & Santos, K. D. dos. (2020). AS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO EDIFÍCIO VILANOVA ARTIGAS (1969), SEDE DA FAU-USP, UM ÍCONE DA ARQUITETURA MODERNISTA EM SÃO PAULO: PESQUISA DE CAMPO E A PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS. Arte 21, 14(1), 34–60. https://doi.org/10.62507/a21.v14i1.149